Como será a dita sensação no momento operativo do ouvido interno, composta pela cóclea que me envolve células mortas com pequenos cílios, da qual transforma a minha vibração em sinais eléctricos sensoriais, distorcidos e inatingíveis.
A unidade interna, já implantada cirurgicamente por debaixo da pele do meu couro cabeludo fantasiado, possuirá um feixe de eléctrodos que será posicionado interiormente na cóclea.
- Meu deus! Tens a certeza absoluta, de que queres avançar para frente?
- Sim! Sim!
- Não! Não!
- Sim ou não? Assim, não adianta de nada, não saberás se tenha mesmo valido realmente a pena.
- Silêncio!
Estou tão habituada a viver silenciosamente, não um silêncio negro, escuro ou sombrio de uma tempestade destemida, mas tranquilidade e serenidade de um brilho confidente.
Este mesmo fulgor pincelado de segurança, que me abraçou no tremor de terra onde cujos meus olhares amedrontados se encontraram perdidos para toda a eternidade!
O meu rosto encoberto numa seda de túlipa imaculada e transparente, tão inocente e frágil mascarava por completo a música da própria vida, nas representações visuais.
- Os meus olhos são os meus ouvidos. Tudo que vejo, eu sinto.
- Silêncio!
- Silêncio!
- Queres um conselho meu? Ouve a ti própria, o que o teu coração diz? O que te repele fortemente? Qual o teu maior sonho e desejo?
- Reencontrar os sopros da melodia e desejo o que muitos apreciam,
o SOM, o OUVIR das belezas no mundo...
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