7 Dias de Activada.

(Photo by Memorex)

Olhei para dentro de mim e para ti Sun Melody, a tentar decifrar os sons da vida com a ajuda de familiares, tu tocavas indiscretamente e tudo o que percebi foi o teu canto agudo, que forçosamente me segredava na cóclea.
Fiquei estremecida, espantada, de corpo contraído e não compreendi exactamente o que estava acontecer, ou que tipo de som querias que eu escutasse. Parecia um filme de suspense e ficção a todo o instante, e por tua causa tinha voltado a ser criança em busca das descobertas com a sede de conhecimento bastante vincada.

Fui ligando o aparelho da curiosidade á medida que um novo som surgia de mansinho, aspirava por uma resposta bem desenvolvida e completa que recebia através dos eléctrodos. Foi inesquecível, não foi Sun Melody?

No calor de Agosto, ao fim da tarde e á beira do rio Tejo, um homem moreno, de cabelos pretos e alto segurava a cana de pesca, eu ali em pé a observá-lo. È o meu pai.
Os meus olhos contorceram, o ouvido que outrora estava vedado para o mundo, deu um sinal sonoro, música? Parece ser… Abri o armário da intuição, fixei imediatamente as pequenas ondas que chocavam a rocha vezes sem conta. DELICIOSO!
De repente um desconforto assaltou-me, vasculhei para a direita e por fim a esquerda, nada, olhei para o céu alaranjado, um avião sobrevoava baixinho! Tapei logo o ouvido implantado, tal era a precisão mirabolante em decibéis.

Mas o melhor, o mais inacreditável passou-se no parque de campismo, não conseguia achar o som, um zumbido que parava e recomeçava, aos ouvidos era uma badalada musical. Não era! Era o canto das CIGARRAS e faziam isso:

zzzzzzz…zzzzzzzz….zzzzzzz….zzzzzzz!

Conquistas:

*Martelo a bater numa tábua qualquer.
*Corrente da Bicicleta.
*Ambulância em longa distância.
*Carro em alta velocidade.
*Torneira de água.
*Água a ferver.
*Ventoinha.
*Teclas do Telemóvel.
*Copo de plástico.
*Folhas a dançar.
*Vento forte.
*Travagem.