
Dia 30 - De hoje para a eternidade.
Parece que foi ontem, o dia em que nos activaram Sun Melody. Contigo senti as primeiras impressões sonoras da vida, na altura confusos e dissemelhantes do aparelho auditivo, era um som inevitavelmente extraordinário.
Estava tão ansiosa por ouvir-te, e hoje dou comigo a rir do instante fulminante, estava de jeans, uma t-shirt de um azul escuro com uma figura no meio do peito, um rosto inundado de estrelas, duas mãos a acenar no silêncio da surpresa, o coração a bater com tanta força, a minha alma carregada de sentimentos repentinos e estonteantes.
Ouço o mundo – silêncio – apenas os meus olhos movem torrencialmente, uma chuva de ruídos assaltam-me com tamanha perplexidade, e por fim abraço o mundo, aquele maravilhoso mundo dos sons.
Após o despertar, foram tantas mas tantas descobertas, lágrimas escorrem pela minha face abaixo até hoje, foram inúmeros sons que já escutei fervorosamente, e ao deitar com o Implante ligado pela madrugada escuto admiravelmente a respiração leve, embora adormecida da minha pequena.
E outra, como ficar sentada á beira de um rio ao pôr-do-sol atirando pedras na água, entra música para a cóclea, é tão sagrado. Ou dar um passeio pela aldeia, e de repente o sino tocar cinco vezes seguidos, é uma emoção e tanto!
O vento seco e quente de Agosto, o cair da chuva na hora de almoço, uma pessoa a tossir enquanto caminhava, o eco soado no quintal durante a terapia de fonética. O enroscar de uma lâmpada, o chuveiro, a lâmina de barbear, o gel no cabelo em movimento.
A andorinha a cantar diante mim, o colchão da cama ruidoso ao saltar bruscamente, o tocar suave na almofada, a caneta a deslizar no papel, um espirro inesperado e o clique de um isqueiro… a ténue descoberta do quotidiano.
Estava tão ansiosa por ouvir-te, e hoje dou comigo a rir do instante fulminante, estava de jeans, uma t-shirt de um azul escuro com uma figura no meio do peito, um rosto inundado de estrelas, duas mãos a acenar no silêncio da surpresa, o coração a bater com tanta força, a minha alma carregada de sentimentos repentinos e estonteantes.
Ouço o mundo – silêncio – apenas os meus olhos movem torrencialmente, uma chuva de ruídos assaltam-me com tamanha perplexidade, e por fim abraço o mundo, aquele maravilhoso mundo dos sons.
Após o despertar, foram tantas mas tantas descobertas, lágrimas escorrem pela minha face abaixo até hoje, foram inúmeros sons que já escutei fervorosamente, e ao deitar com o Implante ligado pela madrugada escuto admiravelmente a respiração leve, embora adormecida da minha pequena.
E outra, como ficar sentada á beira de um rio ao pôr-do-sol atirando pedras na água, entra música para a cóclea, é tão sagrado. Ou dar um passeio pela aldeia, e de repente o sino tocar cinco vezes seguidos, é uma emoção e tanto!
O vento seco e quente de Agosto, o cair da chuva na hora de almoço, uma pessoa a tossir enquanto caminhava, o eco soado no quintal durante a terapia de fonética. O enroscar de uma lâmpada, o chuveiro, a lâmina de barbear, o gel no cabelo em movimento.
A andorinha a cantar diante mim, o colchão da cama ruidoso ao saltar bruscamente, o tocar suave na almofada, a caneta a deslizar no papel, um espirro inesperado e o clique de um isqueiro… a ténue descoberta do quotidiano.